Coqueluche, também conhecida por
pertussis ou tosse comprida, é uma moléstia infectocontagiosa aguda do trato
respiratório transmitida pela bactéria Bordetella pertussis. Os casos da doença
têm aumentado em diversos países, nos últimos anos.
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Bordetella pertussis
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O contágio se dá pelo contato
direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao
tossir, espirrar ou falar. A infecção pode ocorrer em qualquer época do ano e
em qualquer fase da vida, mas acomete especialmente as crianças menores de dois
anos.
Coqueluche é uma doença
recorrente, de notificação compulsória ao Ministério da Saúde.
Principalmente nas crianças e nos
idosos, ela pode evoluir para quadros graves com complicações pulmonares,
neurológicas, hemorrágicas e desidratação.
De acordo com dados fornecidos
pela OMS, em 2010, houve aumento significativo dos casos de coqueluche em
adolescentes e adultos no Brasil. Na América Latina, eles praticamente
triplicaram em cinco anos.
Casos de coqueluche costumam ser
mais raros na vida adulta. No entanto, tosse seca e contínua por mais de duas
semanas em jovens e adultos pode ser sinal de que foram novamente infectados
pela bactéria da tosse comprida, apesar de terem recebido a vacina na infância
ou de terem ficado doentes.
Sintomas
O período de incubação varia
entre 7 e 17 dias. Os sintomas duram cerca de 6 semanas e podem ser divididos
em três estágios consecutivos;
a) estágio catarral (uma ou duas
semanas): febre baixa, coriza, espirros, lacrimejamento, falta de apetite, mal-estar,
tosse noturna, sintomas que, nessa fase, podem ser confundidos com os da gripe
e resfriados comuns;
b) estágio paroxístico (duas
semanas): acessos de tosse paroxística, ou espasmódica. De início repentino,
esses episódios são breves, mas ocorrem um atrás do outro, sucessivamente, sem
que o doente tenha condições de respirar entre eles e são seguidos por uma
inspiração profunda que provoca um som agudo parecido com um guincho. Os
períodos de falta de ar e o esforço para tossir deixam a face azulada (cianose)
e podem provocar vômitos;
c) estágio de convalescença: em
geral, a partir da quarta semana, os sintomas vão regredindo até desaparecerem
completamente.
Diagnóstico
O diagnóstico é basicamente
clínico. Em grande parte dos casos, exames laboratoriais podem ajudar a
determinar a presença da bactéria Bordetella pertussis em amostras retiradas da
nasofaringe.
Vacina
Apesar de a vacina contra
coqueluche não oferecer proteção permanente, é indispensável vacinar as
crianças.
A vacina tríplice clássica (DPT)
contra difteria, coqueluche (pertussis) e tétano faz parte do Calendário
Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde e deve ser ministrada aos dois,
quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos 15 meses e aos 5 anos. Embora a imunização dure cerca de dez anos,
essa vacina não deve ser aplicada depois dos seis anos de idade.
Felizmente, adultos e crianças já
vacinados dificilmente voltam a contrair a doença, a não ser que sejam expostos
ao contato íntimo com um portador de coqueluche ou nos surtos da doença.
Nesses casos, a vacina contra
difteria, coqueluche e tétano acelular (DPTa) oferece proteção por
aproximadamente dez anos e pode ser utilizada como forma de prevenir essas
doenças.
Tratamento
Paciente com coqueluche deve
permanecer em isolamento respiratório enquanto durar o período de transmissão
da doença.
Na maioria dos casos, o
tratamento pode ser ambulatorial e realizado em casa, mas com acompanhamento
médico. A hospitalização só se torna necessária, quando ocorrem complicações e
é preciso oferecer suporte de oxigênio e alimentação parenteral.
Indicar Eritromicina na fase
catarral pode ser útil para encurtar a duração da doença e acalmar as crises de
tosse. Analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a aliviar os sintomas no estágio
catarral.
Xaropes expectorantes e
inibidores da tosse não trazem benefícios terapêuticos. Da mesma forma, as
pesquisas deixam dúvidas sobre a eficácia da imunoglobulina antipertussis e da
imunoglobulina humana no tratamento da coqueluche.
Recomendações
Uma vez diagnosticada a doença,
alguns cuidados simples são importantes no atendimento ao doente:
* Mantenha o doente afastado de
outras pessoas e em ambientes arejados, enquanto durar a fase de transmissão da
doença;
* Ofereça-lhe líquidos com
frequência para evitar a desidratação e refeições leves, em pequenas porções,
mas várias vezes ao dia;
* Separe talheres, pratos e copos
para uso exclusivo da pessoa com coqueluche;
* Não se iluda com as receitas
caseiras para tratamento da tosse típica da coqueluche;
* Lave cuidadosamente as mãos
antes e depois de entrar em contato com o paciente;
* Procure assistência médica se
as crises de tosse se manifestarem por mais de 15 dias. elas podem ser sintoma
de outras doenças e não da coqueluche.
Observação importante:
Segundo orientação do Ministério
da Saúde, todos os comunicantes íntimos (familiares, amigos, colegas de escola
ou de trabalho) deverão receber uma dose da vacina DPTa.