As mulheres vivem mais do que os homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, por viverem cerca de oito anos a mais, elas também podem sofrer com doenças e agravos relacionados ao processo do envelhecimento. A coordenadora de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Luiza Machado, explica que investir em hábitos saudáveis na juventude garante uma saúde mais equilibrada na velhice. O “segredo”, segundo ela, é se manter sempre ativa, com hábitos saudáveis de vida, como alimentação saudável e rica em cálcio, além de atividade física, que ajuda na prevenção de doenças como a osteoporose (diminuição da massa óssea).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 13% a 18% das mulheres e de 3% a 6% dos homens com mais de 50 anos têm osteoporose em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde aposta em ações de prevenção à doença desde a infância para a garantia de uma “poupança óssea”. “É preciso estimular uma dieta mais saudável – rica em verduras, legumes e frutas, além de aumentar o consumo de leite e derivados, alimentos com alto índice de cálcio – e diminuir o consumo de refrigerantes”, alerta Luiza Machado. Outras fontes de cálcio são os vegetais de cor verde escuro, peixes, castanhas e nozes. “Temos também que motivar as crianças e jovens a saírem da frente do computador e da televisão, andar ao ar livre, praticar atividades físicas, fazer algum tipo de esporte”, acrescenta a coordenadora.
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Luíza Machado |
Luiza Machado também lembra que a exposição ao sol, de 15 a 20 minutos até 10h e depois das 16h também é um hábito importante para a prevenção da osteoporose, pois o sol é responsável pela formação da vitamina D no organismo, o que contribui para a fixação do cálcio.
ATIVIDADES FÍSICAS – Outra recomendação do Ministério da Saúde é a prática de atividade física regular para o fortalecimento dos ossos e músculos. O Sistema Único de Saúde coordena a implementação de espaços adequados para a prática de atividades físicas, com acompanhamento profissional e vinculação às Unidades Básicas de Saúde (UBS). Trata-se do Programa Academias da Saúde, cuja meta é construir quatro mil pólos do programa até 2014. Até o momento, já estão habilitados 1.948 pólos.
O Ministério da Saúde também orienta que as mulheres, ao entrarem na menopausa, procurem uma UBS; principalmente, aquelas que apresentarem fatores de risco ou casos de osteoporose na família. Elas devem ter acompanhamento médico que, se necessário, poderá solicitar o exame de desintometria óssea, capaz de detectar a osteopenia (fase inicial da osteoporose) e a própria osteoporose. “O SUS garante o tratamento, que pode ser feito nas unidades de saúde. Os medicamentos para o tratamento de osteoporose estão disponíveis tanto nas unidades do SUS quanto pelo programa Farmácia Popular”, explica Luiza Machado.
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Desintometria Óssea |
NOVO CICLO – A menopausa não significa, necessariamente, um período de saúde frágil. “Ela marca o final do período reprodutivo da mulher”, afirma a coordenadora de e Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela. Nesta fase, entre 45 e 55 anos de idade, os ovários deixam de produzir os hormônios estrogênio e progesterona de forma gradativa, até perderem de vez a capacidade de funcionar. “Trata-se de um estágio na vida da mulher”, observa a coordenadora. Segundo ela, nessa fase ocorrem diversas mudanças no organismo feminino que podem predispor o aparecimento e o agravamento de algumas doenças.
Também nesse período, uma parcela do sexo feminino pode apresentar uma série de sinais desconfortáveis, como ondas de calor, alteração de humor, insônia, depressão e diminuição do desejo sexual. “É importante fazer exercícios físicos – que, inclusive, ajudam na questão da osteoporose – tomar sol pela manhã, caminhar, socializar com as amigas e fazer atividades em que a mulher se sinta útil. Este, sem dúvida é o melhor tratamento”, afirma Esther Vilela.
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Esther Vilela |
De acordo com a coordenadora de Saúde da Mulher, mesmo com os desconfortos mais comuns dessa fase da vida da mulher, é possível encarar a menopausa com naturalidade. “O final do ciclo reprodutivo pode ser visto como um estímulo para iniciar uma nova etapa, com conquistas de experiências positivas”, aconselha.
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