Em Goiânia (GO), o analista de laboratório Marcos Paulo Batista dos Santos morreu aos 34 anos após injetar silicone industrial nos braços. Santos ficou internado 12 dias em um hospital após ele mesmo aplicar um produto no corpo que, segundo a Polícia Civil, é normalmente usado na limpeza de carros e na impermeabilização de azulejos.
Ele explica que as substâncias podem invadir a corrente sanguínea e provocar embolia pulmonar, quando há obstrução de artérias ou veias do pulmão.
Além disso, é alto o risco de infecção, com chances de o membro sofrer algum tipo de trombose – o que pode causar até uma amputação.
Dr.Paulo Olzon |
Efeito da gravidade
No caso das injeções de óleo mineral nos braços, as substâncias procuram espaços existentes entre os músculos e a pele, permanecendo nesses locais. “A tendência futura é que o líquido vá para partes mais baixas do corpo por efeito da gravidade”, explicou Olzon.
Desta forma, com o passar do tempo (meses ou até anos), o líquido pode descer para a mão, por exemplo, e formar um volume que dificilmente poderá ser diminuído com ajuda médica. “O líquido fica espalhado e há dificuldade para drená-lo”, explica Olzon.
De acordo com o médico João Morais Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, pessoas que buscam esse tipo de método precisam de ajuda psicológica. Segundo ele, eles podem estar sofrendo de dismorfismo corporal, transtorno caracterizado por uma preocupação obsessiva com algum defeito inexistente na aparência.
O pedreiro Arlindo de Souza, popularmente conhecido com Arlindo Montanha, se orgulha de manter braços com 73 centímetros, moldados com a ajuda de musculação e injeções de óleo mineral e álcool, que lembram os braços do personagem marinheiro Popeye.
Em entrevista ao "Huffington Post", publicada na última terça-feira (11), as injeções foram aplicadas pelo próprio "Montanha". Ele afirmou no vídeo distribuído pela agência Barcroft que sabe que a estratégia é perigosa, citando inclusive a perda de um amigo após sofrer com problemas pelo excesso de aplicações das substâncias. Na cidade, o pernambucano virou atração turística, mas sua família teme pela sua saúde.
A intenção de Arlindo, segundo Oliveira, é ser mais forte do que todo mundo. Mas o amigo enxerga o risco: "Aquilo não é músculo. Tenho um amigo que morreu por injetar assim. Aqui é muito comum malhar, algumas pessoas usam esse tipo de anabolizante, mas é errado", diz o vigilante.
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/03/injecao-de-oleo-ou-silicone-industrial-no-braco-pode-matar-diz-medico.html
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