A Unaids calcula que 34 milhões de pessoas vivem com o HIV
no mundo todo.
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) infecta as células
do sistema imunológico, as altera e chega a anular sua função, assim, a
progressiva deterioração do sistema imune produzido pela infecção desemboca em
imunodeficiência. "Considera-se que o sistema imunológico seja deficiente
quando já não consegue cumprir sua função de luta contra as infecções e
doenças", indica a Organização Mundial da Saúde.Os glóbulos brancos são os leucócitos, verdadeiras células nucleadas, incumbidas da defesa do organismo |
A aids, sigla em inglês para Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida, é a fase mais avançada da infecção por HIV, esclarece o "Guia
para o uso de agentes antirretrovirais em adultos e adolescentes infectados
pelo HIV-1" do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados
Unidos.
O tratamento antirretroviral, recomendado para a infecção
por HIV, consiste em tomar diariamente uma combinação de remédios(coquetel)
contra o vírus. "Embora estes remédios não possam curar a infecção, as
pessoas desfrutam de uma vida saudável e vivem mais", aponta o citado
documento.
"Hoje em dia, o paciente que se trata responde à
medicação e a toma corretamente pode ter uma esperança de vida muito similar à
de uma pessoa não infectada pelo HIV", sustenta José María Miró,
vice-presidente da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia
Clínica e consultor sênior do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital
Clínico e Provincial de Barcelona.
"A aids, mortal há 15 anos, agora é uma doença crônica
na qual um paciente que adquiriu a infecção aos 20 anos tem uma esperança de
vida estimada de mais de 40 anos", diz.
Tratamento e pesquisa
"No momento atual, há cinco famílias de
antirretrovirais e mais de 25 remédios ativos para enfrentar o vírus da
aids", diz Miró.
No entanto, os cientistas continuam pesquisando a
efetividade e a segurança dos remédios a longo prazo, trabalham, além disso,
para evitar o diagnóstico tardio, para erradicar o vírus e para criar vacinas
tanto preventivas como terapêuticas.
"As mais importantes são as vacinas preventivas, isto
representaria dar uma vacina a uma pessoa saudável para que não se infecte com
HIV se entrar em contato com o vírus", explica Miró, até o momento não se
conseguiu, "mas estão sendo feitos muitos esforços e progressos para que
em um futuro possa haver", especifica.
As vacinas terapêuticas, por sua vez, se destinariam aos
infectados pelo HIV, o objetivo é reforçar o sistema imunológico destas pessoas
para que controle o vírus. "A doença não progrediria nos pacientes e não
seria necessário dar tratamento antirretroviral por toda a vida", declara
o especialista, no entanto, poderiam transmitir a doença, pelo que se recomenda
o uso do preservativo.
O médico explica que uma pessoa infectada pelo HIV pode
contagiar tantos parceiros quanto tiver, o risco em apenas um ato sexual é de
aproximadamente de 0,5%, quando se trata
de uma relação vaginal, e de 1% se esta for anal, esclarece, no entanto, a
presença de outras doenças sexualmente transmissíveis tais como sífilis, herpes
e linfogranuloma podem fazer com que tal risco passe de 1% para 10% e inclusive
para 15%.
Até o momento, o HIV/aids tirou a vida de mais de 27 milhões
de pessoas e calcula-se que a cada ano morram por esta causa dois milhões de
pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
Ao se completar 30 anos desde que se registrou o primeiro
caso da doença, a Unaids calcula que umas 34 milhões de pessoas vivem com o HIV
no mundo todo.
Em 2011, o lema da
campanha Mundial Contra a Aids era "Chegar a Zero". O slogan se
refere ao objetivo de alcançar o zero, tanto em novas infecções como no número
de mortes relacionadas com a doença, algo que, infelizmente, ainda se está
longe de conseguir.
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